cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





26.8.13

domingo de chuva no père lachaise






 uma musica para este passeio

chovia torrencialmente, mas isso nao foi pretexto para nao voltar ao père lachaise. uma paragem na h&m para comprar uma capa impermeavel, ja que do hotel à estaçao de rer, e de chapéu de chuva, fiquei a pingar. aquele sitio valia o regresso e valeu as três horas que la passei sem mapa (porque tinham acabado) e so com apontamentos dos nomes e uma fotografia tirada à placa da entrada como unica orientaçao. debaixo daquela terra havia muita gente que me apetecia voltar a ver, embora a ideia de estar por baixo da terra nunca me tenha agradado.
a verdade é que estes grandes jardins cinzentos, também pelo confronto com a realidade, me dao uma sensaçao de serenidade. e o dia foi escolhido para visitar este lugar foi perfeito. queria voltar a ver colette, proust, piaf, wilde, éluard, modigliani, chopin, morrisson, la fontaine, callas, lalique, molière, musset, visconti, bonne maman e outros que nao consegui. também vi chabrol, mas foi por acaso, porque o nome dele nao constava no plano das visitas dos famosos. demorei muito tempo a encontrar modigliani até que uma senhora, que por ali passeava sozinha, me deu indicaçoes e me contou a historia de amor dele com jeanne hébuterne que estava gravida e se suicidou dois dias depois de ele ter morrido. mais tarde voltamos a ficar lado a lado enquanto olhavamos para oscar wilde e aí ela contou-me em segredo que, no mesmo tumulo, esta o seu companheiro, embora o nome dele tenha sido omitido. hoje, wilde esta cercado por um acricilo por terem cortado o sexo à esfinge e por outros vandalismos. 
proust foi um dos ultimos da visita, numa campa normal, que passa despercebida, pousava um coraçao feito de pedrinhas que estavam espalhadas pelo chao. e como ainda sobravam algumas e havia um espaço no coraçao, a minha mao também pousou la uma.

samedi à paris






queriamos começar pela exposiçao de art nouveau, mas os candeeiros so acendiam às 18h, e os cadeeiros sao importantes. entao, deixamo-nos levar pelas ruas, pelo sabado cinzento e pela brisa morna. passeamos para os lados da opera, depois fomos até ao quartier latin porque nos apetecia comida indiana e, às três da tarde so o samina nos abriu as portas. depois fomos à gilbert e voltamos com sacos de livros. queriamos sentar e conversar e, numa passagem de solo incerto, encontramos um café bonito, com lugar na esplanada. depois levantamo-nos e fomos comprar aneis, uma paragem na feira de artesanato, no boulevard saint martin, onde nos perdemos por acessorios que, como jogos, se tornam em peças diferentes. o entusiasmo contagiou-nos e o cansaço levou-nos pela noite parisiense. entramos num bar, pedimos três bebidas e conversarmos. dentro do bar, fora do bar, sentadas num banco de rua, de frente para as obras. conversamos.

cor-de-laranja



ha alguns anos, quando eu usava um top de alças cor-de-laranja com um brinco individual que era um boneco, da mesma cor, de pernas compridas e com uns pés que quase me tocavam nos ombros, alguém me disse que esta cor me ficava bem. e ha pouco tempo voltaram a dizer-me a mesma coisa acompanhando o reparo com um presente feito à mao, esta flor linda que encontrou lugar no casaco certo!

 cor rima com flor

23.8.13

5 anos


foi assim

e 5 anos depois estou em paris, no pompidou, a olhar para este lichtenstein

20.8.13

muito à frente

senhorita j. trabalha num sitio que tem coisas que nunca tinha imaginado que as empresas poderiam ter. e parece que as grandes empresas (grandeza também no sentido da "nobreza") distinguem-se pela diferença nestes pequenos pormenores. aqui, a cantina parece um restaurante gourmet (mas a preços anti gourmet) e nao bastando isto e outras coisas, hoje, perdendo-se pelos corredores do edificio gigante, senhorita jota descobriu que existe uma biblioteca interna, so para os funcionarios, clean e cosy ao mesmo tempo, cheia de livros novos e bons. a cereja no topo do livro bolo é que se se quiser ler um livro que nao exista no catalogo basta pedi-lo e esta disponivel três dias depois. empresas que apostam na satisfaçao, bem estar e formaçao profissional e individual.

hoje pensei varias vezes "isto é muito à frente" ... ou entao senhorita jota veio do campo e nao conhecia a existência de um admiravel mundo (profissional) novo.

18.8.13


ontem queriamos aproveitar o dia e saimos cedo em direcçao ao centro pompidou, queria muito ver a exposiçao do roy lichtenstein e rever alguns quadros da exposiçao permanente. decidimos andar a pé para apreciarmos as ruas e encontrar coisas novas. primeira surpresa o café restaurante "le petit marcel", entramos pelo café ao balcao e ficamos maravilhadas com o interior antigo, estilo art nouveau. o senhor era muito simpatico, conversamos, fotografamos e prometemos que regressariamos para um almoço ali. entramos entao no centro pompidou que é um lugar que adoro. a primeira vez que estive em paris, em 2001, foi aquilo que mais gostei na cidade. ontem gostei imenso da exposiçao, descobri um lado do lichtenstein que nao conhecia. e depois dei um salto a correr ao museu para ver o rothko e a vieira da silva, mas so consegui ver o primeiro porque "a biblioteca" tinha ido para o centro de metz. dali decidimos comer crepes salgados e doces e encontramos um sitio giro, mas sobretudo bom, mesmo ao lado de sainte eustache. sentamo-nos e comemos maravilhosamente ao som de boa musica. de barriga cheia decidimos ir a montmartre, tanta gente nas ruas, parecia época de santos populares. a fila no funicular estava enorme e subimos as escadas. la em cima fomos em direcçao ao bairro dos pintores, compramos postais e souvenirs, sentamo-nos para beber um kir num bar très français e descemos a pé até pigall para regressarmos a casa... nao sem antes pararmos na "épicerie fine" para tirarmos uma fotografia com a amélie!

dias preenchidos... bons...

quem gosta de postais diga eu!




ontem foi um dia preenchido de coisas bonitas, mas senhorita j. esqueceu-se da maquina fotografica em casa. que pena tao grande. teve que usar o telemovel para tirar fotografias so que agora nao consegue passa-las para o computador. 

entretanto, em montmartre comprou muitos postais para enviar, por isso, se alguém quiser receber um é so enviar um mail para senhorita j. (também conhecida por mademoiselle coccinelle) para mllecoccinelle@gmail.com.

14.8.13

livrarias


do châtelet ao marais, passeio pela cidade. uma das coisas que mais gosto aqui além das padarias (afinal até gosto de muitas coisas) sao as imensas livrarias. generalistas, especializadas, de saldos, alfarrabistas, até que dei de caras com esta que é também bar. bar littéraire. ha muitos anos atras, existia no bairro alto, mesmo à saida do elevador da gloria o café com livros também conhecido por geronte. era um lugar bonito, cosy,  tinha um ambiente simpatico e muitos livros. fechou, um dia, sem que eu tivesse percebido porquê. ha poucos anos atras conheci o "loucos e sonhadores", um café de livros também, mas sempre que la tentei ir estava fechado. gosto tanto deste conceito de bebidas e livros e mais uma vez espanto-me com o mistério da nossa "descultura" do livro.

gente famosa nas fachadas de paris




esta semana tem sido calma de passeios e, embora ainda fique por aqui mais um mês, sinto que é altura de começar a mexer-me. no sabado passado queria ir ao centro pompidou ver a exposiçao do lichtenstein, mas esplanamos, ficou tarde e acabamos por nao entrar. vou tentar ir neste sabado... e depois na exposiçao permanente esta o meu quadro preferido da vieira da silva e do rothko.
pelas ruas, basta olhar um bocadinho para cima para nos cruzarmos com uma série de caras conhecidas.

13.8.13

paris - lisboa


uma pessoa vai tranquilamente a andar por ruas de uma cidade que nao conhece, nos arredores de paris, e de repente quase que se sente em casa com esta mensagem que se repete, varias vezes, ao longo do caminho...

se os olhos comessem


uma das coisas que adoro em frança sao as boulangeries/patisseries. sao bonitas, cheirosas, os bolos sao deliciosos e fazem jus à aparência... por vezes até a ultrapassam... quase que arriscava dizer que paris tem uma boulangerie por metro quadrado. hoje fomos fazer uma longa caminhada e passamos por uma série delas. claro que é impossivel ficar indiferente às montras e embora nao tenha comido muitos bolos nas duas ultimas semanas, as minhas calças azuis deixaram de me servir. estou convencida que se pode engordar com o olhar!

qual é o teu preferido?

8.8.13

passado e presente



"quer o brinde do happy meal para rapaz ou rapariga?"
"para rapariga, por favor"

senhorita j. abre o cesto, de papel, da merenda e sorri quando vê o "schtroumpf bibliotecario" (adaptaçao dela).  nao percebe por que razao é um brinde para rapariga mas deixa essa questoes para mais tarde. à noite, sozinha no quarto, senhorita jota olha para o schtroumpf e pensa nas voltas que a vida da. ainda acorda estranha a esta nova profissao. entao, de manha, senhorita j. abre a janela do quarto do hotel, pousa o seu novo amigo no parapeito e tira-lhe uma fotografia. senhorita j. repara que atras dele esta um dos edificios da empresa para a qual trabalha agora. o emprego de ontem e de hoje num parapeito em paris... e senhorita j. aproxima o rosto do schtroumpf, depois estende a orelha,  parece-lhe que ele esta a tentar dizer-lhe alguma coisa, so que ela nao consegue perceber o quê...

7.8.13

dias de cinema (71) ou maria madalena no cinema



domingo queriamos que fosse um dia calmo e de estudo, mas ainda assim decidimos ir a paris. saimos em "odeon" em direcçao a rue monsieur le prince. conheço pouco paris, e pelo que percebi esta é "a" rua das livrarias... ou uma das. algumas fechadas outras ainda em vida, mas ha imensas. talvez la volte para fotografa-las todas.  paris também tem imensos cinemas de rua e, aquilo que em tempos foi tao normal, hoje parece-me tao original. "la cage dorée" passou em frança quando fui para portugal e estreou em portugal quando vim para paris. ainda assim, ainda consegui apanha-lo no cinema les 3 luxembourg  e fomos vê-lo no domingo, numa sala de quatro filas e com wc la dentro (para mim inédito). havia pouca gente a assistir ao filme, mas os que estavam, portugueses e franceses, riram e choraram e, na nossa fila, 3 ranhosas (nos) a fingiam que se aguentavam a rir dos clichés. fingiam. "la cage dorée" é um filme previsivel, cheio de ideias feitas, que às vezes parecem exageradas, mas verdadeiras e que, se calhar, so quem esta ou ja esteve longe consegue entender. durante muito tempo nao percebi os emigrantes, nao percebia porque falavam meio português meio francês, nao percebia porque nao ensinavam os filhos a falarem a lingua dos pais, nao percebia porque exibiam sinais de riqueza de formas parolas. nao percebia muitas coisas. algumas aprendi a perceber por experiência propria, outras em conversa com emigrantes, vindos de sitios diferentes, mas outras coisas permanecem misteriosas. percebo a fragilidade da emigraçao, sobretudo a dos anos 60, 70, 80. respeito estas pessoas que gostavam tanto de ter tido outra sorte, mas tiveram que sobreviver, arriscando a propria vida fazendo contrabando em zonas fronteiriças, à noite, no meio do mato, sem sapatos, sem comida, no frio (sou capaz de ficar horas a ouvir estas historias) e que depois, sem mais escolha, emigraram.  
ha muitas razoes para se emigrar. é dificil chegar a um pais que nao se conhece, um pais que nunca se desejou mas que permite viver, a um pais cuja lingua nao quer dizer nada. a um pais a que se diz sim a tudo com medo de... e depois trabalha-se muitos anos e aprende-se este comportamento. deixa de se saber viver sem trabalhar. espera-se por todos os meses de agosto para se viver de outra forma. e espera-se por mais um agosto. e outro. e outro. e depois espera-se pela reforma ou por um milagre que nos devolva à terra. à nossa terra. onde estao enterradas, profundamente enterradas, as nossas raizes e aquilo que nos é mais intimo.

5.8.13

de paris com amor


uma fotografia tremida para todos os que passam por aqui e que gostam de gatos!
e quem gosta que levante a mao!

4.8.13

paris "monumental"











de ontem.
rendez-vous à l'opéra, passeio a pé, paragem para comer qualquer coisa e caminhamos em direcçao ao louvre. continuo as fotografias turisticas. mas, desta vez, as estatuas  parecem-me ter vida e parecem viver no céu de paris, azul, com nuvéns. esta calor, mas continuamos a passear. boulevard saint germain para um café porque estamos cansadas de andar; saint michel, entramos nas livrarias e eu pergunto-me como e porque é que algumas coisas nao resultam em portugal. seguimos pelo quartier latin outra vez, gostamos das ruas estreitas, das pessoas tao diferentes e dos restaurantes de todo o mundo, contudo, optamos por um restaurante francês. um senhor de boina vem receber-nos à porta, como nos filmes, mas hoje nao ha concertina. comemos, conversamos, parece que nos conhecemos ha imenso tempo, mas so estamos juntas ha uma semana. saimos damos mais uma volta para umas compras nas lojas abertas à noite e vamos em direcçao ao rer. paramos na passadeira, vemos notre dame ali ao lado e, nesta noite, é como se vivessemos em paris. quando aqui vinhamos de férias notre dame parecia-nos uma coisa a ver e nao perder e hoje é so mais um monumento que decora a cidade e que sabemos que ainda vamos ver durante umas semanas. gosto de olhar para esta cidade com outros olhos.

2.8.13

por paris


depois do trabalho uma volta rapida a paris, para um copo com três colegas. a tarde estava cinzenta mas estava calor. cinco fotografias meio turisticas e paragem para um copo no quartier latin, num bar que tinha uma happy hour e muitos soutiens pendurados no tecto... diz o relogio do quai de l'horloge que deviam ser por volta das vinte para as oito...

hoje jantamos num português aqui no meio do (quase) nada... uma espécie de oasis no meio do deserto e tinha logo que ser português. faz jantar de proposito para nos. acho que nos adoptaram.
amanha ha mais paris. e depois de amanha também.
à plus!

... dans les alentours


esta semana passou a correr. muita informaçao, para absorver em tempo recorde, sobre assuntos com os quais sempre tive pouco contacto. os dias sao densos e chego estafada. nem as séries que tenho em espera para ver e que gosto imenso me deixam os olhos abertos. num dos dias fomos o centro da cidade onde estamos que é nos arredores de paris, junto à sede da empresa, que a julgar pelo hotel me parecia cinzenta e feia, mas que se revelou très mignonne cheia de portadas coloridas e flores. num dos outros dias fomos ao centro de paris. tirei poucas fotos, mas tenho uma de "paris plage" que se para um francês é um espaço super agradavel (e até pode ser) para um português é de franzir o sobrolho.