cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





19.1.14

amigas para sempre







ela disse que vinha e nao veio. depois ela disse que vinha e nao veio. ela voltou a dizer que vinha e veio mesmo. dizem que nao ha duas sem três. e eu acredito. ela veio para chatear o post anterior e isso deixa-me feliz. passam-se anos e passam-se quilometros e pouca coisa muda quando estamos juntas. penso "cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes". e foi so um sabado, mas que valeu por muitos dias. depois de passar o inicio da tarde "à me faire pouponner" sai da esteticista e entrei na porta do lado. foi como se nos tivessemos visto ontem. saimos na tarde de frio pos granizo e fomos a pé até 7 rios. queriamos conhecer o 28 café, no castelo. o metro levou-nos ao terreiro do paço. o novo elevador da baixa levou-nos à costa do castelo e, de repente, sentimo-nos como se estivessemos num pais diferente. nao por todas as linguas que falavam à nossa volta, mas porque ha muito tempo que nao entravamos por aquelas ruas e nao nos lembravamos de haver tantas coisas novas, lojas, cafés, fachadas coloridas. fomos andando pela calçada sinuosa perguntando onde era o famoso 28 café. demoramos tempo a encontrar. um electrico chamado desejo. e ei-lo, fiel ao 28, amarelo e de madeira, num cantinho de alfama, nas costa de um castelo. nas costas do castelo. o mesmo que me deixa sem repiraçao quando estou no rossio e penso que ele nos observa no cimo da colina. o lugar é simpatico, o atendimento muito simpatico. os bolos caseiros e com um aspecto maravilhoso. as torradas deliciosas e enormes. lanchamos à portuguesa e falamos de tudo e de nada, conversa de circunstancia e conversas importantes. nao temos filtro. la fora escurece e chove muito, mas nos estamos dentro do café electrico. e a noite espera-nos. saimos por baixo da chuva, corremos, apanhamos um taxi que nos leva pelas ruas de lisboa, cheias de gente e de transito neste sabado ao anoitecer. uma pausa. um banho quente. mudamos de roupa e como em tantas outras vezes marcamos encontro na paragem. vamos em direcçao ao bairro alto, jantamos indiano num restaurante antigo, comemos varias entradas, dividimos um prato de camaroes, bebemos uma garrafa de vinho. saimos,  s. pedro sem dar treguas, vamos até à bica, vazia. o centro da cidade esta vazio, agora. a rua da bica nao tem ninguem. é um momento. entramos na bicaense para uma caipirinha, depois saimos e vamos em direcçao ao cais do sodre, corremos pelos degraus molhados e escorregadios. conhecemos aquela calçada de cor. entramos no lugar do costume, a noite ali  nao nos seduz. bebemos uma cerveja e jogamos matraquilhos. confirmamos que a musica nao vai melhorar e saimos para experimentar o sabotage. voltamos a sair em menos de uma musica. entramos no jamaica, mais uma cerveja, abanamo-nos ao som de boy george e de outros hits da mesma altura.  ela conta-me um segredo. saimos para ir até ao imaviz experimentar o metropolis, mas a recepçao ali nao nos agrada e pensamos que a noite ja vai longa. entramos no taxi, conversamos e rimos. rimos. rimos, e despedimo-nos com a promessa de que em março havera mais. porque amanha é o dia dela e março é o mês do meu dia.

e hoje é outro dia. acordei tarde. o meu telemovel mostra-me esta mensagem.
a esta hora ela ja chegou ao algarve. 

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